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6.2 - Primeiro Encontro - Introdução
6.2 - Primeiro Encontro - Introdução

Curso Bíblico Interativo via WhatsApp:  Entendendo a Carta aos Romanos  

1º  Encontro: Introdução à Carta aos Romanos


 

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Oração Inicial: Sejam bem-vindos! Neste encontro, daremos início à nossa jornada pela Carta aos Romanos — um dos textos mais profundos e impactantes do Novo Testamento. Vamos juntos mergulhar nessa carta que nos chama a viver segundo a lei do Espírito da vida e o Evangelho de Cristo: um Evangelho de amor, justiça e fraternidade. Iniciemos nossa jornada com o coração aberto, reconhecendo a presença viva da Santíssima Trindade entre nós. Que sua luz nos ilumine e sua graça nos fortaleça enquanto mergulhamos neste estudo da Carta aos Romanos.

 

Senhor Deus Todo-Poderoso, agradecemos por este momento de aprendizado e reflexão em Tua Palavra. Que o Espírito Santo nos conduza, iluminando nosso entendimento para que possamos absorver as verdades contidas nesta Carta sagrada. Que cada versículo nos revele mais sobre Tua graça, Tua justiça e Teu amor incondicional. Abre nossos corações e mentes, Senhor, para que possamos viver esses ensinamentos em nosso cotidiano, crescendo na fé e no conhecimento de Cristo. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

 

1-Introdução: Neste ano, seguindo a orientação da CNBB, somos convidados a mergulhar na riqueza espiritual da Carta aos Romanos — um verdadeiro alicerce da fé cristã. O ano que vem será o livro de Daniel e em 2027, será a vez da 2ª Carta aos Coríntios.  

 

A escolha da Carta aos Romanos e do lema “A esperança não decepciona” visa aprofundar a espiritualidade do Ano Santo da Encarnação de Jesus Cristo (2025), cujo tema é “Peregrinos da esperança”. A palavra "esperança" aparece 13 vezes ao longo da Carta aos Romanos — e não se trata de uma esperança qualquer. É uma esperança enraizada no amor de Deus, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo. Trata-se de uma esperança firme, capaz de sustentar-nos mesmo nos momentos mais difíceis. É no capítulo 5, versículo 5, que encontramos o lema do Mês Bíblico deste ano: “A esperança não decepciona”, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito que nos foi concedido.

 

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2- O que é Jubileu? Historicamente, o Jubileu é um evento celebrado a cada cinquenta anos, conforme estabelecido em diversas tradições religiosas — entre elas, o Judaísmo, que se inspira no ano jubilar descrito em Levítico 25. Esse tempo sagrado é marcado por um chamado à renovação interior, ao repouso da terra, à devolução das propriedades e à libertação dos escravizados.

 

A expressão “ano da graça do Senhor”, presente em Isaías 61 e retomada por Jesus em Lucas 4, torna-se o eixo central de sua missão. Na tradição católica, os jubileus tiveram início com o Papa Bonifácio VIII, em 1300, passando a ser celebrados regularmente a cada 25 anos, com algumas edições extraordinárias — como o Ano da Misericórdia, em 2015.

 

Mais do que um evento de caráter social ou econômico, o Jubileu simboliza um tempo de restauração e reconciliação, promovendo a justiça social, a igualdade e a renovação espiritual. É uma ocasião propícia para intensificar a oração, buscar o perdão, realizar peregrinações e reafirmar o compromisso com a fé. Nesse espírito, o Jubileu da Esperança se apresenta como um marco espiritual, que nos convida a encarar feridas individuais e coletivas, reconhecer injustiças e abrir o coração ao diálogo e à construção de caminhos de cura e paz.

 

Dessa forma, o Jubileu da Esperança de 2025 e a Carta de Paulo aos Romanos compartilham uma profunda sintonia espiritual e teológica, especialmente em torno do tema central da esperança cristã. Paulo afirma que a esperança não decepciona, pois é fruto do amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5,5) — uma esperança que sustenta o fiel mesmo em meio às tribulações.

 

A Carta aos Romanos apresenta a justificação pela fé como o fundamento da vida cristã (Rm 5,1), caminho que conduz à paz com Deus e à esperança da glória. O Jubileu nos convida a redescobrir essa graça, vivendo como peregrinos da esperança, reconciliados com Deus e com os irmãos.

 

Ao escrever para judeus e gentios convertidos de Roma, Paulo declara que o Evangelho é destinado a todos, sem exceção (Rm 1,16). O Jubileu, igualmente, tem um caráter universal, convocando toda a humanidade a renovar sua confiança no amor de Deus e a cultivar a fraternidade, a justiça e a reconciliação.

 

Por fim, Paulo exorta os cristãos a não se conformarem com este mundo, mas a se transformarem pela renovação da mente (Rm 12,2). O Jubileu é, nesse mesmo sentido, um tempo de graça e conversão — um convite a recomeçar, permitindo-se ser transformado pela esperança que nasce do coração de Deus.

 

3- Motivando o encontro de hoje:  Na missão de anunciar o Evangelho às nações, Paulo seguia uma estratégia bem definida, composta por três etapas. Primeiro, fundava comunidades, reunindo grupos de cristãos dispostos a crescer na fé e a viver os ensinamentos de Cristo. Em seguida, realizava visitas pastorais, fortalecendo os discípulos, aprofundando seus ensinamentos e enfrentando os desafios que surgiam com o tempo. Por fim, escrevia cartas às comunidades com o objetivo de orientá-las diante de dificuldades, conflitos e dúvidas que emergiam após sua partida, assegurando que a mensagem de Cristo permanecesse viva e clara.

 

Entretanto, a relação de Paulo com a comunidade cristã de Roma não seguia o mesmo padrão observado em outras cidades. Ao contrário de lugares onde fundara igrejas e acompanhara de perto o crescimento das comunidades, Paulo não foi o responsável pela fundação da igreja romana. Essa já existia, desde o ano 40 d.C, fruto da ação de judeus romanos que estiveram presentes no dia de Pentecostes, e que, convertidos, levaram a fé cristã de volta à capital do império. Ainda assim, Paulo alimentava um profundo desejo de conhecê-la pessoalmente.

 

Esse desejo de Paulo intensificou-se ainda mais após conhecer o casal Áquila e Priscila, (ela romana e ele judeu) membros da comunidade cristã de Roma. Eles haviam sido expulsos da cidade, juntamente com outros judeus e cristãos, por decreto do imperador Cláudio. Por intermédio deles, Paulo tomou conhecimento das dificuldades e desafios enfrentados pelas comunidades romanas, o que reforçou ainda mais sua vontade de visitá-las pessoalmente.

 

Os planos de Paulo era primeiramente ir a Jerusalém (2), levar uma oferta arrecadada em benefício dos cristãos pobres da igreja-mãe (cf. Rm 15,24–28). Em seguida, seguir para Roma (3) e, mais adiante, alcançar a Espanha (4). Esses planos foram amadurecendo enquanto ele ainda se encontrava em Corinto (1), conforme indica a nota de rodapé na Bíblia Pastoral, em Rm 15,22–33.

 

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Mas o que aconteceu de fato foi que ao chegar em Jerusalém, Paulo foi preso após ser acusado injustamente de profanar o templo (Atos 21,15-27). Ele foi transferido para Cesareia, onde ficou preso por dois anos, até apelar para ser julgado por César em Roma. A caminho de Roma, enfrentou um naufrágio em Malta, onde permaneceu por três meses (Atos 27–28). Finalmente chegou a Roma, onde ficou em prisão domiciliar por dois anos, pregando o evangelho com liberdade relativa. O livro de Atos termina com Paulo ainda em Roma. Há indícios em cartas posteriores (como 2 Timóteo) de que ele foi libertado por um tempo e pode ter viajado até a Espanha, como desejava. Eventualmente, ele foi preso novamente e, segundo a tradição, martirizado em Roma, por volta do ano 67 d.C., durante o reinado do imperador Nero (que governou de 54 a 68 d.C.).

 

Segundo a tradição cristã, Paulo foi executado em Roma por decapitação, em vez de ser crucificado, uma forma de pena reservada a cidadãos romanos, da qual ele era um. A execução teria ocorrido após sua segunda prisão em Roma, num contexto de perseguição aos cristãos desencadeada por Nero, especialmente após o grande incêndio de Roma em 64 d.C., do qual os cristãos foram acusados injustamente.

 

 4- Conhecendo a comunidade cristã de Romanos. No século I, a população de Roma é calculada em um milhão de habitantes, em sua maioria escravos, que vivia subjugado e explorado pelo poderio do Império. É uma sociedade escravagista, marcada pelo espírito de helenização e justificada pelo evangelho do Imperador (religião). A carta aos romanos registra a presença de várias pessoas de origem não-livres, escravos ou libertos, nas diversas comunidades cristãs localizadas na periferia da capital (Rm 16,1-16).

 

Não sabemos quem fundou a comunidade cristã de Roma, provavelmente nasceu com a chegada de judeus cristãos provenientes da Palestina e da Síria, na década de 40 d.C. A presença dos cristãos, que pregavam o messias esperado, tinha dado lugar a severas discussões e a tumultos nas comunidades judaicas, com cerca de 20.000 judeus espalhados em mais de dez sinagogas na cidade de Roma. Por isso, o imperador Cláudio decretou o edito contra as sinagogas e os indivíduos responsáveis pelos distúrbios (de um lado, judeus e, de outro, judeus cristãos), que chegaram a ser expulsos de Roma. Paulo deve ter recebido informações desta comunidade por meio do casal judeu-cristão Priscila e Áquila, vítima desta expulsão (At 18,1-4; cf. Rm 16,3-5).

 

A proibição da autoridade romana de reunirem-se nas sinagogas levou os judeu-cristãos e os gentio-cristãos (chamado de “gregos”,  Rm 1,16; 2,9-10; 3,9; 10,12) a procurar as casas de seus membros como novo espaço de reunião – a igreja doméstica (Rm 16,4-5.10-11). Mais tarde, sob Nero revogou o edito contra os judeus e, pouco a pouco, os judeus cristãos retornaram a Roma, encontrando as comunidades cristãs com a presença predominante de gentio-cristãos, que se julgavam livres da observância de práticas judaicas (as leis de pureza alimentar etc.). Daí a convivência do grupo conservador (“fracos”), composto por judeu-cristão e gentio temente a Deus pró-judeus, com o grupo progressista cristão não-judeu (“fortes”), provoca problemas e conflitos internos (Rm 14,1-15,13).

 

Além do conflito interno, no tempo de Nero a comunidade cristã sofre com a sociedade injusta e desigual, movida por instintos egoístas, que promovem a maldade, a perversidade e a idolatria (Rm 1,24-32), provocando o sofrimento, a morte de muitos e a destruição da natureza, a obra (glória) do Deus criador (Rm 8,18). Diante dos problemas internos e externos da comunidade cristã, Paulo escreve a carta aos Romanos para dialogar e orientar a comunidade sobre a fé no caminho do justo segundo o evangelho de Jesus Cristo (Rm 1,17).

 

A Carta foi ditada por Paulo e escrita por Tércio (16,22), um escrivão por volta do ano 57/58 d.C., durante sua estadia em Corinto, na Grécia. Febe  diaconisa da comunidade cristã de Cencreia, um porto próximo a Corinto, na Grécia foi a portadora da carta. Ela foi uma figura notável da igreja primitiva, mulher influente que usava sua posição para servir à comunidade cristã, mencionada por Paulo na carta 16,1-2, o que mostra a confiança e o respeito que ele,  Paulo tinha por ela. Ela é lembrada até hoje como um exemplo de liderança feminina, hospitalidade e serviço cristão. Em algumas tradições cristãs, como a Igreja Católica e Ortodoxa, Febe é venerada como santa, com datas litúrgicas dedicadas a ela.

 

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5- As circunstâncias que motivaram Paulo a escrever aos Romanos (Rm 1,1-15) Paulo apresenta três preocupações principais em sua mensagem. Essas preocupações estruturam grande parte do conteúdo da epístola, tornando-a uma das mais teológicas e profundas das cartas paulinas.

 

a) Estabelecer laços com a comunidade cristã de Roma. Paulo conhecia diversas pessoas da cidade (cf. Rm 16,1-16) e sabia dos problemas existentes. Em Roma havia uma disputa entre Judeus convertidos, que ainda seguiam a Leis de Moisés, e gentios, que nunca ouviram falar de Moisés mas seguiam Jesus e se consideravam livres da observância de práticas tradicionais, como guardar o sábado, seguir as leis alimentares kosher ou serem circuncidados.

 

Kosher significa "adequado" ou "próprio", e se refere a um conjunto de leis alimentares do judaísmo (Lv 11). Essas regras determinam quais alimentos podem ser consumidos e como devem ser preparados para estarem em conformidade com a tradição judaica. Isso causou tensões sobre costumes, liderança e interpretação da fé. Diante disso, Paulo escreveu a carta com objetivos claros: promover a unidade entre ambos os grupos a conviverem no amor de Jesus Cristo, acolhendo suas diferenças e, unidos, edificando o Reino de Deus.

 

Essa divisão mostrava a disputa entre cristãos que seguiam tradições judaicas (judaizantes) e aqueles que apenas seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo. Em sua carta Paulo busca resolver esses conflitos e ´promover uma fé centrada  no evangelho de Jesus Cristo, crucificado pelo Império e ressuscitado em oposição ao poder imperial, contrastando com a boa nova do imperador romano, que legitimava a concentração de poder e riquezas.

 

b) Reforçar que a salvação vem pela fé em Jesus Cristo, manifestada na vida nova e na prática do amor ao próximo. Entretanto, dentro da comunidade cristã de Roma, há um grupo judaizante e conservador (vimos esse grupo no vídeo sobre Gálatas) que ainda defende a necessidade das obras da Lei, incluindo práticas como a circuncisão, as normas de pureza e impureza e os sacrifícios no templo e a observância das 613 Leis ou mandamentos. Esse grupo segue um judaísmo legalista, que prega a salvação pela estrita observância da Lei.

 

c) Orientar a vida cotidiana da comunidade, que vive sob o domínio romano, marcado pela busca desenfreada por bens, poder, prazer e honra. Esse contexto gera conflitos internos, levando à exclusão social, sofrimento de muitos e destruição da natureza, causados pelas guerras e pelo avanço da civilização romana.

 

Naquele tempo, as posições doutrinárias de Paulo expressas na Carta aos Gálatas já eram conhecidas pelas demais comunidades, pois havia intenso diálogo entre as igrejas, e as notícias se espalhavam rapidamente (cf. At 21,21; Rm 15,31). Além disso, circulavam diversos rumores sobre sua atuação e sua postura contrária aos costumes judaicos. De fato, Paulo se opunha firmemente à observância da Lei de Moisés (cf. Gl 2,4). A reação dos cristãos judaizantes foi intensa, e muitos o retratavam como um renegado do judaísmo e das "tradições dos antigos", afirmando que ele pregava o abandono dos ensinamentos da Lei de Deus.

 

Diante dessas graves acusações, é provável que Paulo tenha desejado registrar por escrito seu pensamento teológico sobre a ação gratuita de Deus e a observância da Lei como caminho para a salvação, deixando clara a posição cristã. Ele buscava libertar as pessoas de superstições e medos, permitindo-lhes compreender verdadeiramente o evangelho de Jesus. Para Paulo, era essencial eliminar a crença de que a não observância de certos rituais resultaria em castigo divino. Além disso, ele defendia que todos os povos pertenciam ao povo de Deus, não apenas os judeus. Ao planejar sua passagem por Roma, é possível que tenha reunido diversos escritos em uma única carta, enviada às comunidades romanas por meio de Febe, diaconisa da Igreja de Cencreia (Rm 16,1).

 

A igreja romana era mais antiga e provavelmente surgiu no seio da ampla comunidade judaica da cidade. Por volta do ano 49, o imperador Cláudio decretou a expulsão dos judeus de Roma, forçando Priscila e Áquila, um casal judeu-cristão, a buscar refúgio em Corinto (cf. At 18,2-3). Como resultado, a comunidade cristã romana era majoritariamente formada por judeus-cristãos, com poucos convertidos oriundos do paganismo, tornando o ambiente pouco receptivo a Paulo.

 

Talvez, devido aos conflitos gerados pelos ensinamentos da Carta aos Gálatas, especialmente entre cristãos de origem judaica, Paulo tenha revisado suas ideias, explicando-as com mais profundidade e de maneira sistemática. Em alguns trechos, ele suaviza a linguagem incisiva utilizada em Gálatas, reformulando-a de forma mais moderada na Carta aos Romanos. Assim, o núcleo doutrinário de Romanos (Rm 1,16–8,39) corresponde ao mesmo conteúdo de Gálatas, porém revisado, expandido e refinado. A comparação entre Gl 3,19-22 e Rm 3,20; 7,7-13, ou entre Gl 5,12-21 e Rm 8,5-13, revela essa diferença: o pensamento permanece o mesmo, mas a exposição em Romanos é mais clara e equilibrada, sem repetir as expressões duras de Gálatas (cf. Gl 5,12).

 

No entanto, a Carta aos Romanos vai além de uma simples reinterpretação de Gálatas. Paulo acrescenta uma profunda reflexão sobre o destino dos judeus diante do mistério de Cristo (Rm 9–11) e apresenta uma série de exortações pastorais aos membros da igreja romana, demonstrando seu conhecimento sobre as dificuldades enfrentadas por aquelas comunidades (Rm 12–16).

 

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06- Conhecendo as mensagens teológico-pastorais da carta:  A Carta aos Romanos é composta por 16 capítulos, tornando-se a mais longa entre todas as epístolas paulinas, mas neste estudo, iremos concentrar nossa análise em cinco capítulos específicos, escolhidos por sua relevância teológica e pelo impacto que exercem na compreensão da mensagem central da carta.

 

Ao aprofundarmos nesses trechos, poderemos examinar como Paulo constrói sua argumentação, fundamentando sua visão sobre a justificação pela fé, a graça divina e a relação entre judeus e gentios no plano da salvação. Além disso, exploraremos o papel do Espírito Santo na vida dos fiéis e as implicações da fé cristã para o cotidiano dos seguidores de Cristo. Nosso objetivo é oferecer uma visão estruturada e aprofundada desses cinco capítulos, permitindo uma compreensão mais rica da teologia paulina e de sua aplicação na vida cristã.

 

A Carta aos Romanos é uma das obras mais profundas de Paulo, abordando temas centrais da fé cristã. Suas mensagens teológico-pastorais incluem:

 

a) Justificação pela fé Paulo ensina que a salvação não vem pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo, destacando que todos pecaram e carecem da graça de Deus.  A expressão justificação pela fé pode parecer complexa para aqueles que não estão familiarizados com a linguagem paulina. No entanto, a justificação refere-se ao ato de tornar-se justo, salvo e em harmonia com Deus, vivendo uma nova vida no Espírito de Jesus. Assim, a salvação, entendida como a construção do Reino de Deus, é realizada por meio de uma fé viva e ativa, enraizada no amor revelado na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo — a mais grandiosa manifestação do amor e da graça divina.

 

b) Vida no Espírito –  A carta ressalta a importância de viver segundo o Espírito Santo, deixando para trás a escravidão do pecado e abraçando uma nova vida em Cristo. A orientação de Paulo é clara: a comunidade cristã deve permanecer no Espírito de Cristo, aquele que lutou pela vida, entregou-se em amor ao próximo e ressuscitou para a plenitude da vida. Por isso, agora não há mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus, pois a lei do Espírito da vida em Cristo nos libertou da escravidão do pecado e da morte.

 

Na prática, justificação pela fé em Cristo significa viver segundo a lei do Espírito da vida — ou seja, o caminho do amor e da transformação. Essa vida nova nos convida a superar nossos instintos egoístas e a assumir, com compromisso, o amor ao próximo, colaborando na construção do Reino da Vida, segundo o Evangelho de Jesus Cristo.

 

07 - Para aprofundar o assunto estudado nessa primeira aula: A primeira parte do vídeo que será exibido contribuirá para aprofundarmos nosso aprendizado nesta introdução à Carta aos Romanos. Serão abordadas a realidade interna e externa das comunidades cristãs da época, o contexto histórico — quando, onde e por que Paulo escreveu a carta —, além de suas principais mensagens teológicas e pastorais. Assista ao vídeo quantas vezes forem necessárias para assimilar bem a mensagem que o apóstolo desejava transmitir às comunidades de Roma — uma mensagem que continua viva e relevante para nós ainda hoje.

 

Clique aqui e assista:  Carta aos Romanos - 1ª Parte

 

 

08- Partilha no grupo: Agora é a sua vez! Compartilhe com o grupo suas descobertas, reflexões e dúvidas e expectativas, enriquecendo o diálogo e fortalecendo nossa caminhada juntos.